CONHEÇA O ALFENEIRO DO JAPÃO
Alessandra Teixeira da Silva (*)
Engenheira Florestal
Botânica: De acordo com a classificação botânica (ordenação das plantas em categorias hierárquicas), o Alfeneiro-do-Japão pertence ao Reino Plantae; Filo Magnoliophyta; Classe Magnoliopsida e Familia Oleaceae. A espécie mais conhecida apresenta o nome científico Ligustrum lucidum var. japonicum e sinonímia botânica Ligustrum magnoliaefolium . É considerada uma árvores ornamental e apresenta também os nomes populares: alfeneiro, alfeneiro-da-china, alfeneiro-brilhante, alfeneiro-de-rua ou ligustro.
Origem e clima: Originária da China; é uma espécie adaptada aos climas tropical de altitude, subtropical, tropical, tropical úmido.
Caracteristicas gerais: É uma árvore de crescimento rápido podendo atingir até 8 metros de altura e também é uma espécie perenifólia (apresenta folhas permanentes). O tronco é grosso de casca escura e com fissuras irregulares. As folhas são simples, opostas, ovaladas com ápice alongado, verde-escuras brilhantes e coriáceas, podendo apresentar entre 8-15 cm de comprimento. A inflorescência é distribuída em panícula cônica e densa, terminal com flores brancas pequenas. É uma espécie pouco exigente quanto ao solo. A propagação é realizada por meio de sementes. A frutificação ocorre de maio a julho, os frutos são arroxeados e ornamentais, porém são tóxicos para o homem. A floração ocorre entre os meses de outubro a dezembro, ocorrendo assim uma variação dependendo da região do Brasil.
Aspectos paisagísticos e utilização: Árvore ornamental adaptada no Brasil e largamente utilizada pelos profissionais da área de paisagismo e arborização urbana. Apresenta uma copa arredondada e pode atingir até 6 metros de diâmetro. Recomenda-se plantar em logradouros públicos como praças e parques, sempre lembrando que é uma árvore exótica. Pode ser utilizada em avenidas largas e ruas estreitas com fiação elétrica., pois é uma espécie resistente à poda e também apresenta característica em projetar um denso sombreamento durante o ano todo, mas apresenta uma limitação, pois as raízes são supercifiais, portanto deve-se planejar cuidadosamente o uso desta espécie. Os ligustros normalmente são podados de forma drástica, mas mesmo assim, quando esta poda é executada com boa técnica, com certeza teremos um formato de copa bonito que consequentemente favorecerá o aspecto paisagístico desta árvore. Já foi considerada a "árvore ideal" para arborização urbana. É comum apresentar, no interior da copa, ramos eretos, verticais, muito usados para a confecção de cabos de ferramentas.
Onde encontrar: Na Praça Leonardo Venerando, prolongamento da Praça Dr. Augusto Silva, em Lavras, encontram-se alguns exemplares que circulam a área na calçada. Na Praça Dr. José Esteves também encontramos alguns exemplares de Alfeneiro do Japão. Estes apresentam em senescência, ou seja, já apresentam no seu ciclo final de vida. Segundo pesquisas e levantamentos estas árvores apresentam uma idade de aproximadamente 67 anos. Neste caso recomenda-se fazer a substituição para que não ocorram sérios acidentes principalmente na estação chuvosa quando as chuvas e os ventos chegam com maior intensidade.
Fontes: Carvalho,
D. A. Sistemática Vegetal, Textos acadêmicos, Ufla, 2000; (*) SILVA, A.T.:
Evolução Histórico-Cultural e
Paisagística das Praças Dr. Augusto Silva e Leonardo Venerando , Lavras,
MG. 2006. 238p. Tese (Doutorado), Universidade Federal de Lavras/UFLA.
Trabalho de pesquisa de pós- doutorado intitulado:: RESGATE HISTÓRICO DE 04 PRAÇAS * PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE LAVRAS: arborização Urbana; paisagismo; aspectos culturais e sociais e Análise Espaço Temporal.
* Praça Dr. José Esteves / Praça Dr. Jorge/Praça Monsenhor Domingos Pinheiro e Praça Dona Josefina.CONHEÇA OS IPÊS
Alessandra Teixeira Silva
Engenheira Florestal
Foto: Alessandra Teixeira |
Botânica: De acordo com a classificação botânica, os ipês pertencem à família Bignoniaceae, família esta constituída por cerca de 100 gêneros e 800 espécies pantropicais, predominantemente neotropicais e, poucas, distribuídas nas regiões temperadas. O Brasil é considerado importante centro de dispersão. São plantas lenhosas, além das formas arbóreas, ocorrem também as arbustivas ou subarbustivas. Os ipês pertencem ao gênero Tabebuia(a palavra “gênero” é definida como uma categoria formada pela reunião de espécies semelhantes, considerando tanto os aspectos genéticos quanto os ecológicos). Podemos citar diversas espécies deste gênero como: Tabebuia alba ( ipê amarelo); Tabebuia aurea ( Ipê amarelo do cerrado); Tabebuia avellanedae
( ipê-roxo); Tabebuia cassinoides (caixeta); Tabebuia chrysotricha ( ipê-amarelo cascudo); Tabebuia dura ( ipê-branco-do-brejo); Tabebuia heptaphylla ( Ipê-roxo ou ipê rosa ); Tabebuia impetiginosa ( ipê-roxo); Tabebuia roseo-alba (ipê-branco); Tabebuia serratifolia (pau-d’arco-amarelo); Tabebuia umbellata (ipê-amarelo do brejo); Tabebuia vellosoi( ipê-tabaco).
Aspectos gerais: É na verdade um complexo de cerca de dez espécies com características mais ou menos semelhantes, com flores brancas, amarelas, roxas ou rosas. São lindas árvores que embelezam e promovem um colorido no final do inverno. Existe uma crença popular de que quando o ipê-amarelo floresce não ocorrerá mais geada. De um modo geral, os ipês atingem uma altura de 25 metros, com exceção aos ipês brancos que possuem um porte menor. Normalmente apresentam a madeira muito pesada e moderadamente pesada, muito dura ao corte, de alta resistência mecânica e de longa durabilidade. Quanto aos aspectos ecológicos, os ipês normalmente são considerados espécies heliófitas (planta adaptada ao crescimento em ambiente aberto ou exposto à luz direta) e decídua (que perde as folhas em determinada época do ano). A entrecasca do ipê-amarelo possui propriedades terapêuticas como adstringente usada no tratamento de garganta e estomatites. É também usada como diurético. O ipê-amarelo possui flores melíferas. Infelizmente, a espécie é considerada vulnerável quanto à ameaça de extinção. Possui tendência em crescer reto e sem bifurcações quando plantado em reflorestamento misto, pois é espécie monopodial.
Sementes/mudas: Os frutos devem ser coletados antes da dispersão, para evitar a perda de sementes. A germinação ocorre após 30 dias e apresenta um índice de germinação em geral de 80%. A muda atinge cerca de 30 cm em 9 meses, apresentando tolerância ao sol 3 semanas após a germinação. Dependendo da espécie, um quilograma de semente pode conter aproximadamente 80.000 unidades. O desenvolvimento das mudas no campo é variável, chegam a atingir em 2 anos, uma altura que pode aproximar entre 2,50 a 3,00 metros.
Foto: Alessandra Teixeira
Paisagismo e arborização urbana: As árvores desta espécie proporcionam, em curto período de tempo, um belo espetáculo com sua magnífica floração na arborização de ruas em cidades brasileiras. Não se recomenda plantar em calçadas estreitas, seu plantio deve ser de preferência em locais amplos (praças, parques públicos e condomínios residenciais). No planejamento de jardins, é preciso não esquecer que sua floração dura pouco tempo, e seu uso como atração principal na primavera deve ter boa combinação com as outras plantas Ao ser utilizado em arborização urbana, o ipê amarelo requer podas de condução com freqüencia mediana. O ipê também é indicado para a recomposição de matas ciliares. É considerada uma árvore símbolo e também é protegida por Lei. Plante um ipê!!!
Foto: Alessandra Teixeira. Local: Universidade Federal de Lavras(UFLA), 2016.